– Olá, amigos e alunos,
– Hoje vamos estudar mais um poeta do Arcadismo e, que assim como o Cláudio Manuel da Costa foi considerado um poeta da inconfidência. Isso mesmo, você que pensou “ah, é o Tomás Antônio Gonzaga” acertou em cheio. Vamos começar com um resumo de sua biografia.
– Tomás Antônio Gonzaga foi um poeta que sintetizou em sua obra a essência do Arcadismo no Brasil. Uma linguagem universal, qualquer um é capaz de ler; uma temática bem bucólica, pastoral. Em sua poesia há presença constante do campo, do pastor e suas ovelhas. Ainda que não houvesse naquela época, a tradição pastoral no Brasil. Porém, devemos lembrar sempre que a literatura colonial buscava copiar as características da literatura do seu colonizador, que para o Brasil era Portugal.
– O poeta Tomás Antônio Gonzaga nasceu em 1744, na cidade do Porto em Portugal. Filho de mãe portuguesa e pai brasileiro, fica órfão de mãe quando tinha 1 ano de idade, portanto o pai e o filho mudam-se ao Brasil em 1751. Estudou no Colégio Jesuíta e depois estudou direito na Universidade de Coimbra em 1761.
– Em 1781, volta ao Brasil como juiz em Ouro Preto. Depois escreve a primeira parte do livro Marília de Dirceu, em homenagem a uma moça que ele conheceu em Minas Gerais chamada Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Brandão. Este é um livro formado por Liras que descrevem uma personagem chamada Marília, que possivelmente é a representação de Maria Dorotéia, e Dirceu, representação de Tomás Antônio Gonzaga. Lembre-se, isso é uma possível interpretação. Veja,
Parte I – Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os pastores, que habitam este monte,
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha,
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Mas tendo tantos dotes da ventura,
Só apreço lhes dou, gentil Pastora,
Depois que teu afeto me segura,
Que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte, e prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais q’um rebanho, e mais q’um trono.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve:
Papoula, ou rosa delicada, e fina,
Te cobre as faces, que são cor de neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Leve-me a sementeira muito embora
O rio sobre os campos levantado:
Acabe, acabe a peste matadora,
Sem deixar uma rês, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso:
Nem me cega a paixão, que o mundo arrasta;
Para viver feliz, Marília, basta
Que os olhos movas, e me dês um riso.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
– Ainda, enquanto estava em Minas, escreveu um livro intitulado Cartas Chilenas. Livro formado por epístolas (ou seja, cartas) satíricas, criticando o governo colonial, defendendo a independência de Minas num movimento chamado Inconfidência Mineira, momento precursor da independência do Brasil em relação à Portugal.
– Depois, o poeta foi promovido a desembargador e tem que se mudar para a Bahia em 1786, onde foi preso em 1789 por causa da sua participação no movimento em Minas Gerais. Na prisão, longe de sua amada, escreve a segunda parte de Marília de Dirceu. Foi julgado e condenado a prisão por 3 anos. Porém, sua pena foi trocada pelo exílio. E tem que se mudar para Moçambique, onde fica até morrer em 1810.
– Tomás Antônio Gonzaga teve em vida duas obras publicadas na literatura brasileira, a primeira foi Marília de Dirceu, publicada em duas partes, em 1792 e 1799. Em 1812 apareceu uma terceira parte, mas em seguida descobriu-se que não foi escrito por ele. kkkkk. Por isso eu amo literatura. E a outra obra de Tomás Antônio Gonzaga foi Cartas Chilenas, publicada completa em 1863 (depois de sua morte). Ok? Até a próxima 👊
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